sábado, junho 02, 2007

Protestos e falhas marcam abertura do 17º Cine Ceará

Problemas técnicos, calor e protesto deram o tom na abertura do 17º Cine Ceará. O festival ibero-americano de cinema, aberto ontem à noite, segue até sexta-feira, dia 8 O calor fez a platéia se impacientar e começar a aplaudir quando o relógio marcou 20h35. A cerimônia de abertura marcada para às 20 horas não estava tão atrasada, mas o ar-condicionado do cinema não contribuiu para o "glamour" da estréia de um festival. Começou bem, com Maísa Vasconcelos e Maria Fernanda agradecendo os patrocínios e apoios e divulgando a programação do dia seguinte.

A secretária-adjunta de Cultura, representando o governador Cid Gomes, foi convidada para abrir oficialmente o Festival e se dirigiu aos novos talentos e consagrados cineastas. Ela garantiu o incentivo ao audiovisual nos próximos quatro anos. As apresentadoras chamaram então o homenageado da noite, Cristián Fierro, ex-presidente da Coelce, empresa patrocinadora do evento há 10 anos. Mas assim que Wolney Oliveira, diretor do festival, entregou o troféu Eusélio Oliveira a Fierro, uma faixa foi levada ao palco por dois manifestantes.

Os dizeres "Prefeitura e Iguatemi assassinam o Cocó! Revogação Já!" arrancaram aplausos e gritos da platéia. Seguranças tentaram, mas não conseguiram "acompanhar para fora do palco" os manifestantes. Wolney conversou com um deles e, com jeito, fez com que deixassem a cerimônia prosseguir. Saíram protestando e novamente muito aplaudidos.

Ânimos acalmados, muito jogo de cintura para dar continuidade à festa, e Orlando Senna, secretário Nacional do Audiovisual, é convidado ao palco. Ele fala da importância do festival para os que trabalham no audiovisual brasileiro e encerra com um pedido: "Queria aproveitar para pedir que todos dêem as mãos e se unam para salvar o Cocó!". Dando aval ao protesto ele recebe novos aplausos e gritos de apoio da platéia.

A programação prosseguiu com a apresentação do agricultor e cineasta Jotemir Paulino, diretor do curta-metragem A produção "simples", que conta a história verdadeira de uma moradora de Saboeiro que se apaixonou "enlouquecidamente" por um padre holandês recém-chegado à cidade, foi aprovada pela platéia.

Mas, se parecia que a noite era de Wolney (que apresentaria sua primeira ficção), mais imprevistos estavam por acontecer. No meio da exibição, o filme parou. Falou-se em boicote, um rebuliço. Avisaram que o filme iria continuar. Depois de mais de meia hora, continuou. Quase metade do público já tinha desistido e ido embora, torcendo para que a programação de hoje seja menos conturbada. Ou não.

Fonte: Henriette de Salvida Redação www.opovo.com.br/opovo

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