sexta-feira, abril 06, 2007

Integrante do MST recebe prêmio por defesa dos direitos humanos


A integrante do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) Marina dos Santos recebe a 19ª Medalha Chico Mendes de Resistência, hoje, no Rio de Janeiro. A premiação é promovida pelo Grupo Tortura Nunca Mais desde 1989, que presta homenagem a pessoas e entidades que têm se destacado na defesa dos direitos humanos e na luta contra a tortura, a impunidade e a violência contra os movimentos populares.

Atualmente Marina dos Santos trabalha no escritório nacional do movimento em Brasília e faz o curso de Direito. Ela é filha de pequenos agricultores que perderam a terra na década de 1980 por conta de dívidas com um banco. "Os pequenos proprietários pegavam empréstimos para desenvolver a plantação e, em caso de problemas climáticos, a única opção era entregar a terra para o banco. Nesse país, os pequenos agricultores nunca tiveram seguro agrícola", conta.

A partir daí, a sua família foi para a cidade e continuou o trabalho na agricultura, mas como bóias-frias e meeiros. Em 1989, Marina decidiu ser freira para poder trabalhar e estudar. Com 15 anos, visitou junto com um padre um acampamento e teve contato com a forma de organização das famílias sem-terra e os laços de solidariedade em torno da luta pela sobrevivência. "Não tive dúvidas: disse adeus ao padre e fiquei no MST".

Depois disso, Marina entrou para um acampamento, concluiu o primeiro grau e o ensino médio em escolas do movimento. Em 1996, foi para o Rio de Janeiro para contribuir na organização e consolidação dos acampamentos e assentamentos no Estado. Enfrentou o latifúndio canavieiro, a exploração do trabalho e a violência no campo por 10 anos em terras fluminenses.

Marina e os outros homenageados foram escolhidos pelo grupo carioca, em conjunto com outras entidades civis, como Arquivo Nacional, Comitê Chico Mendes, Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, Instituto dos Advogados Brasileiros e o Sindicato dos Bancários. Entre os homenageados do evento também estão: Augusto Boal; Associação de Prevenção Contra a Tortura (APT); Bispo de São Félix do Xingu Dom Erwin Kräutler; Carmela Pezzuti (ex-presa política); Luiz Alberto Andrade de Sá e Benevides - (in memorian, militante do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário - PCBR, assassinado em 08 de março de 1972, em Caruaru/PE; Maria Dolores Perez Gonzalez (Lola, uma das fundadoras do GTNM/RJ); Miguel Baldez; Olney São Paulo (in memorian, cineasta, diretor do filme "Manhã Cinzenta"); Raimundo Alves de Sousa (in memorian militante do PCB) e Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência.

Fonte: www.mst.org.br

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